quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Homenagem ao Projeto Sementeira Suzano

SEMENTEIRA

Sementeira pede solo fértil.
Sementeira exige sementes.
Sementeira requisita regas.
Sementeira pressupões caminho.

Solo fértil para plantas e idéias.
Sementeira sombra e pensamentos.
Regas que fazem crescer homens e flores.
Carinho, manifestação de amor.

Sementeira que pede união.
Sementeira que exige visão.
Sementeira que requisita ação.
Sementeira que pressupõe crescer.

União que é reunião de irmãos.
Visão que é acreditar no sonho.
Ação que é o trabalho solidário.
Crescer, pois nossa missão é a evolução.

Márcio F. de Amorim
Médico e escritor

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Reflexão para junho : Atitudes- Lélio Costa e Silva

RECADOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


ATITUDES
Lélio Costa e Silva



Hoje, em nome do individualismo e da competição, olhamos as pessoas com desconfiança. Os cumprimentos tornaram simples interjeições que na rotina não expressam o seu verdadeiro significado, em nome de uma formalidade que distancia cada vez mais os indivíduos. São as saudações sem sentido. As pessoas mal se olham. Na rua se alguém olha o outro gera logo desconfiança: “o que é que esse cara está querendo comigo? Me assaltar?”



Em uma exposição de desenhos com o tema natureza vemos um desfile de imagens da fauna e flora. Também ainda alguns trabalhos escolares mostram a natureza perfeita e o “homem como destruidor”. Redações e expressões não se cansam de avisar que “há um homem destruindo o planeta”. Que ser humano é esse? Esse homem existe dentro de cada um de nós? Será que nos incluímos, fazemos parte, e somos também esse “homem”? Ou ele não passa de um ser imaginário e sem identidade? Não há como dividir, não há como excluir, tudo faz parte de tudo.



Diante da separatividade, do distanciamento dos ambientes naturais e de um modo de vida cada vez mais artificial, a relação do indivíduo com o planeta torna-se incompleta. Estranheza, desconhecimento e preconceito permeiam o olhar sobre os elementos que a princípio não oferecem nenhum beneficio imediato. Um animal tem que ser necessariamente “útil” ao ser humano?Qual o sentido de uma fauna e uma flora tão diversificadas?Que relação a biodiversidade tem com o equilíbrio do planeta?Por que um trabalho de Educação Ambiental levanta essas questões? Como a escola, na sua prática, aborda esse tema? Nas dramatizações, murais, cartazes e outros trabalhos artísticos que tipo de fauna é representada? Tem cobra? Preservar um animal tem o mesmo significado de preservar o humano?



Gestos simples de higiene devem ser sempre relembrados não somente com as crianças, mas também com os adultos. Várias doenças podem ser evitadas pelo ato corriqueiro de lavar as mãos. As pediculoses são produzidas por insetos chamados “piolhos”. Os que infestam o ser humano pertencem, quase todos, à espécie Pediculus humanus. A transmissão é de pessoa a pessoa, ou através de toalhas, roupas de cama, pentes, escovas de cabelo e sabonete. A pediculose da cabeça é muito freqüente entre escolares. A ftiríase ocorre entre jovens e adultos, pela da prática sexual com pessoa infestada.
Para controle dos piolhos
1- Inspecionar a cabeça, o corpo e as roupas de crianças.
2- Asseio corporal diário, lavagem dos cabelos, com água quente e sabão medicinal. Não repetir roupas sem lavá-las.
3- Retirar os piolhos com pente fino.
6- Não tente esmagar o piolho com as unhas: você pode contrair doenças como Tifo exantemático ou epidêmico, Febre das Trincheiras e a Febre recorrente.



A CORDIALIDADE é uma virtude que anda esquecida pelas pessoas. Muitas vezes os mais jovens são instados a cederem o lugar para os mais velhos e nem sempre cumprem de bom grado esse preceito previsto no estatuto do idoso. Com a visão embaçada pela mística da eterna juventude, tão apregoada pelos meios de comunicação, esquecem-se que um dia “chegarão lá”...
Mas não se esqueça de se hidratar. A água continua sendo a melhor opção para o cidadão comum. Deixe as bebidas isotônicas para os atletas. Se o suor for intenso, um suco de frutas ajuda a repor os sais minerais perdidos na transpiração.



As pessoas adeptas da solidariedade sabem que esta virtude representa o ato de pertencer a um conjunto que se expressa democraticamente em um vínculo recíproco. Braços abertos e ombros disponíveis para os momentos difíceis. Além disto, o ar que todos respiram fica menos poluído. Um gesto inteligente é combinar antes um rodízio com aqueles que têm carro estendendo o favor aos demais colegas.



Parabéns para você também que exemplifica o verbo zelar ao adotar uma praça, como um patrimônio que deve ser cuidado, ou mantendo as ruas, praias e escolas limpas! Que também organiza campanhas para doar vidros e garrafas para uma instituição de caridade... Vamos sempre imaginar: pessoas tranquilas nos bancos de praças perfumadas lendo os jornais da manhã e o sol anunciando notícias boas...



O gesto denuncia o dono. São inúmeros os acidentes causados por objetos jogados nas ruas ou pelas janelas dos veículos. O vidro deixado junto ao capim seco e em presença de altas temperaturas pode ser a causa de inúmeros incêndios nas beiras das estradas e mesmo em reservas naturais. São também freqüentes os acidentes com animais que ingerem plásticos, isopor e pontas de cigarros, cortes com latas e outros materiais.



Cultivar plantas medicinais em casa e compartilhá-las com os vizinhos. Um gesto saudável, solidário e oportuno para regar as boas amizades. Um bom motivo para retomar o diálogo e estreitar relações. Muitos o imitarão por isso e a vida em seu entorno será mais alegre.



CUIDADOS NO USO DAS PLANTAS MEDICINAIS

1- Usar preferencialmente nos tratamentos de doenças leves, pois muitas apresentam efeitos tóxicos ainda não conhecidos.
2- Identificar a planta pelo nome científico, pois uma espécie de planta possui vários nomes populares conhecidos regionalmente.
3- Nunca esquecer que muitas vezes cada parte da planta tem mais ou menos princípio ativo.
4- Para cada uso de planta medicinal existe uma fórmula de preparo como, por exemplo, a infusão, decocção e cataplasma.
5- Plantas de uso tópico não podem muitas vezes ser ingeridas: o Confrei – Symphytum officinale como cataplasma é um excelente cicatrizante, mas seu uso interno pode causar tumores no fígado.
6- Usar as plantas sempre no mesmo dia do preparo. Nem em quantidades excessivas e contínuas.
7- Evitar misturar muitas plantas. Podem causar efeitos indesejados pela ação diferente dos princípios ativos.
8- Para preparar as plantas evite recipientes de alumínio que é tóxico.
9- Colher plantas antes de o sol esquentar, sem sereno, ou molhadas de chuvas.
10- Não coletar plantas de locais poluídos: beira de asfalto, águas estagnadas. A secagem deve ser feita sempre à sombra.



Informa a Organização Mundial de Saúde que “as pessoas, nos países mais pobres estão abandonando estilos de vida e adotando comportamentos não saudáveis, dos países mais industrializados”. Assim já é comum encontrarmos crianças hipertensas, diabéticas, cardíacas ou com sérios problemas de obesidade devida a uma falsa alimentação embalada em produtos químicos e grande propaganda. Por outro lado é inegável a quantidade de crianças, jovens e adultos desnutridos, seja pela miséria ou omissão. Uma escola que possui horta nunca será uma escola sem vida. E não podemos esquecer: comer não é adoecer.



Que fiasco! Tem gente que ainda não substituiu os copos descartáveis no ambiente de trabalho pelos de vidro ou louça? Entre um cafezinho e outro, o mundo vai ficando cada vez mais insuportável. O lixo sólido deve aumentar quatro a cinco vezes até 2.025. Nos países em desenvolvimento, menos de 10% do esgoto humano é tratado. Se nada for feito, por volta de 2025, o planeta estará engolfado numa montanha de esterco humano. (fonte Agenda 21 capítulos 20,21 e 22).



O século XXI não comporta mais ações que levam ao desperdício devido ao consumo desenfreado - uma manifestação de uma sociedade doente. Resultado do consumismo, o lixo denuncia a incapacidade do ser humano em devolver o que ele retira da natureza com a mesma qualidade e sanidade.
O que temos jogado no lixo? Computadores em plenas condições de uso, cuja cor já não “combina” com os móveis. Máquinas de lavar roupa que são deliberadamente projetadas para cinco anos. Ventiladores de teto criados para dois verões, no máximo. Tudo isso representa gasto de energia, matéria-prima e combustível exaurindo os elementos do planeta. Daí a necessidade de aprendermos a economizar desde os primeiros momentos na escola.



Mais que apenas um dever, o ato de apagar a luz quando deixamos um ambiente, isto é, utilizar o sentido do TATO no interruptor, deve ser um gesto natural em nosso cotidiano. Deixe também as tomadas desligadas dos aparelhos eletrônicos. Aquela luzinha vermelha que coloca seu aparelho de som em “tempo de espera” (stand by) é um consumidor sutil e voraz de energia elétrica. Todo mundo sabe da dificuldade que representa a nossa adaptação a um “horário de verão” para economia de energia elétrica, e o quanto tem ficado cara a conta a pagar no final de cada mês. Cada vez mais usinas hidrelétricas têm sido necessárias e outras fontes de energia têm sido buscadas. Até quando?



Uma visita a um ambiente natural deve ser trabalhada como uma oportunidade de quebrar preconceitos e dirimir equívocos tais como “a floresta é escura e moradia dos maus espíritos, de bruxas que cozinham crianças, de lobos ferozes, de serpentes descomunais”, ou de explicar ao visitante, que existem também a microfauna e microflora e que mato não é somente “lugar de bicho grande”. Mas representam também, uma grande oportunidade para recuperar a noção do Todo, em contraposição a duas idéias fundamentais profundamente arraigadas nas pessoas: “A de que o ser humano está acima de todas as criaturas e de que os ambientes naturais foram criados para seu único benefício.”
Trata-se, portanto, de um ótimo momento para reconhecer o caráter sagrado da Natureza na sua maneira altruística de oferecer e manter a vida.



Não é justo fazer do mar o lixão do mundo. Não podemos esquecer que o lixo produzido não desaparece como em um passe de mágica. Ele irá para algum lugar. E agora os oceanos estão virando verdadeiros lixões do planeta. Logo eles que são os verdadeiros pulmões do mundo responsáveis pela fotossíntese realizada pelo fitoplâncton marinho. E os rios cheios de todo tipo de lixo, de garrafas pet, sacolas e copinhos de plásticos fezes e produtos químicos irão morrer literalmente no mar.



A nossa maior luta diária é aquela que empregamos para vencermos o nosso próprio ego. Quanto custa a cada um pegarmos em uma vassoura e varrermos o próprio lixo ou mesmo o do vizinho? Que tal conhecermos a experiência de vida de um gari, procurando saber sobre o seu serviço, sobre a sua atividade de presenciar e constatar o desperdício das coisas descartadas? Quantos de nós já separam o lixo? Por que não comprar apenas o necessário? Observe quantas vezes temos ouvido a palavra “consumidor”. Hoje, muitos medem as pessoas pelo valor da conta bancária, pelo cartão de crédito, enfim, o “poder de compra” da pessoa é o que vale. Então vemos termos como “manual do consumidor”, “direitos do consumidor”, “defesa do consumidor”. Será que o sentido da vida só se resume em consumir? Onde fica o cidadão?
Esta é mais uma das sérias contradições do nosso chamado estilo de vida moderno. Feche os olhos para o consumo exagerado.



O que é mais importante aprender? A limpar ou a não sujar? Ao abordar-se a questão do lixo, pretende-se a discussão da nossa responsabilidade de aprender a lidar com o poder da tecnologia. Uma autêntica techné (palavra grega) que não pretenda o domínio desmesurado da natureza, mas que respeite o ritmo próprio dos seus elementos. É preciso demonstrar que quando o indivíduo “compra” um produto ou serviço ele deve saber que também que está adquirindo matéria e energia convertidas para construir aquele objeto. Alguém já disse que “não existe sucata, apenas coisas que ainda não encontraram dono”, portanto, vamos usar nossa criatividade.



Alguém já disse que a salubridade de uma nação pode ser demonstrada pelo que corre em seus esgotos. A água é essencial à vida de todos os seres. Ela é a própria generosidade. Não é possível que alguém possa sujá-la a ponto de ninguém conseguir bebê-la depois. Não se suja o próprio corpo.



Se fizermos um exame clínico da Terra, veremos em muitos pontos que a sua saúde anda comprometida e, conseqüentemente a nossa. Novas doenças e outras antigas que acreditávamos controladas abalam a saúde e desequilibram nosso corpo num quadro que associa perversamente ignorância, negligência, desnutrição, miséria, lixo, poluição - a ecologia da desigualdade - Por que algumas doenças que eram consideradas sob controle como a cólera, a febre maculosa, a malária, a febre amarela, a tuberculose e que só aconteciam no meio rural se tornaram urbanas? De que forma as doenças podem estar relacionadas com o os modos de morar das pessoas? Se a Terra fosse vista como o nosso próprio corpo, certamente poderíamos tratá-la melhor, cuidar da sua saúde e descobrir o grande espetáculo comum. E é preciso buscar os três ingredientes essenciais para a saúde: o amor, a casa e o alimento.



Todo ser vivo, bicho, homem ou planta deste Planeta traz do berço uma "agenda" cheia de compromissos. Nela estão guardadas as virtudes e os valores que serão os instrumentos para o florescimento da vida em harmonia. Cada um vivenciando o seu exemplo através do comportamento e modo de sobreviver, agindo pelo instinto ou pela razão. A natureza é a nossa face